A cirurgia de crosslinking (ou crosslink) de córnea é um procedimento considerado bastante seguro para evitar a progressão do ceratocone. Durante essa cirurgia (ou procedimento) temos a aplicação de radiação ultravioleta sobre a córnea embebida em vitamina B2. Através dessa técnica, obtém-se assim um fortalecimento do colágeno corneano, impedindo dessa maneira o remodelamento responsável pela evolução do ceratocone.
Quais são os pré-requisitos para os candidatos a cirurgia de crosslinking de córnea (CXL)?
Em primeiro lugar, deve haver comprovação de evolução do ceratocone através de exames de imagem, tais como a topografia ou tomografia de córnea.
Além disso, é necessário que o paciente tenha uma córnea com uma espessura acima de 400 micras (comprovada pela paquimetria ultrassônica). Essa é considerada a espessura ideal mínima para proteger as células do endotélio corneano (face interna da córnea, responsável pela transparência da mesma) contra a combinação da radiação ultravioleta e vitamina B12.
Outro pré-requisito que devemos respeitar é a dioptria máxima de 70 da curvatura corneana anterior.
Outras condições importantes que devem ocorrer para que o paciente possa ser submetido ao crosslink de córnea:
– Ausência de doença infecciosa ocular prévia, tal como herpes;
– Ausência de cicatrizes ou opacidades (embaçamento) corneanas centrais (próximo ao eixo visual).
Qual é a indicação da cirurgia de crosslinking (CXL)
É um procedimento indicado para os casos de ceratocone em progressão. Essa progressão deve ser constatada pela topografia ou tomografia de córnea repetida em alguns meses (geralmente intervalo de cerca de 6 meses). Porém, nem todos os portadores de ceratocone em progressão poderão realizar o procedimento, sendo cada caso analisado e estudado pelo médico de maneira minuciosa. Pacientes em estágios iniciais são melhores candidatos em comparação àqueles em estágios mais avançados do ceratocone.
Como é a cirurgia de Crosslinking de Córnea (CXL)?
Na cirurgia de Crosslinking de Córnea, a primeira etapa é a retirada (“raspagem”) da camada mais superficial da córnea (epitélio). Essa etapa é importante para permitir a melhor penetração da riboflavina (vitamina B12) dentro da córnea.
Já na segunda etapa, é pingado durante 30 minutos o colírio de riboflavina, até deixar a córnea impregnada com esta substância.
Feito isso, realizamos a exposição da córnea durante um período variável à radiação ultravioleta. Em geral, deixamos por cerca de 5, 10 ou 30 minutos, dependendo do tipo de intensidade da luz ultravioleta utilizada.
A riboflavina ou vitamina B12 possui afinidade pela luz ultravioleta, fazendo com que haja uma maior absorção no estroma da córnea da luz. Com isso, permite um efeito final desejado que é o fortalecimento das fibras de colágeno da córnea (tornando a córnea mais rígida e “congelada”) com o intuito de evitar a progressão do ceratocone.
Para que serve a riboflavina na cirurgia de Crosslinking de córnea (CXL)?
A riboflavina (vitamina B12) é uma vitamina encontrada em leite e derivados, carnes, ovos e vegetais e possui afinidade pela radiação ultravioleta. A sua função durante o crosslinking da córnea é potencializar o efeito da luz ultravioleta e proteger os tecidos adjacentes (por concentrar a absorção da luz).
A partir de qual idade pode-se realizar a cirurgia de Crosslinking de córnea (CXL)?
De acordo com os estudos científicos a cirurgia de crosslinking de córnea é segura em qualquer idade. Portanto, não há idade limite para tal procedimento.
No entanto, é incomum a ectasia corneana surgir em crianças com menos de 10 anos de idade. No entanto, quando há a doença em progressão (independente da idade) e respeitando-se os critérios de indicação, podemos e devemos fazer a cirurgia do crosslinking de córnea.
Como é o pós-operatório da cirurgia de Crosslinking de córnea (CXL)?
No pós operatório da cirurgia de crosslinking o paciente fica com uma lente de contato gelatinosa para proteger e ajudar na cicatrização da córnea por cerca de 3 a 5 dias. A mesma é retirada após esse período pelo oftalmologista no consultório.
No dois primeiros dias há um leve desconforto. Esse incômodo é totalmente tolerável com o uso de colírios e comprimidos prescritos pelo especialista logo após o procedimento.
É recomendável o uso de óculos escuros para proteção da luz que costuma incomodar um pouco nos primeiros dias.
Como é a recuperação da cirurgia de Crosslinking de córnea (CXL)?
Durante a recuperação após a cirurgia de crosslinking há um embaçamento visual que dura de uma a duas semanas, período no qual a córnea ainda está se remodelando e cicatrizando.
Por volta de 30 dias após o procedimento, a visão já está praticamente igual a condição pré-operatória, podendo inclusive melhorar em cerca de 20 a 30% dos pacientes.
É importante ressaltar que essa melhora da visão não deve de maneira alguma ser esperada pelos pacientes submetidos ao procedimento, uma vez que a função da cirurgia de crosslinking é evitar a progressão do ceratocone e de maneira alguma devemos esperar melhorias visuais.
Utilizando-se do jargão popular, “o que vier é lucro”, tratando-se da melhora da visão associada ao crosslinking, uma vez que esse não é o seu intuito.
Com a cirurgia do Crosslinking de córnea (CXL) minha visão vai melhorar?
Conforme falado na pergunta anterior, apesar desse não ser o objetivo da cirurgia de crosslink, em cerca de 20 a 30% dos pacientes pode haver uma melhora da visão em até uma linha na escala de snellen. Como citado anteriormente, o principal objetivo da cirurgia de crosslink de córnea é evitar que haja progressão do ceratocone, fazendo que o paciente não precise no futuro de um transplante de córnea.
Como é a anestesia na cirurgia de Crosslinking de córnea (CXL)?
A anestesia durante a cirurgia de croslinking de córnea é feita através de colírios, de maneira bem simples. Durante a cirurgia do crosslink, o paciente não sente nenhum desconforto ou dor, sendo o procedimento bastante confortável.
Posso fazer a cirurgia de crosslinking de córnea (CXL) nos 2 olhos no mesmo dia?
Sim, porém não é recomendado. O mais recomendado é um intervalo de algumas semanas entre a cirurgia de crosslink de um olho para o outro.
A cirurgia de Crosslinking (CXL) pode evitar o transplante de córnea?
Sim, pode evitar sim o transplante de córnea. Caso a cirurgia de crosslink seja realizada em pacientes selecionados e de preferência em estágios iniciais, há uma grande chance do portador de ceratocone submetido a cirurgia de crosslinking de córnea não precisar de um futuro transplante de córnea (já que terá sua doença estabilizada).
Quais são os riscos da cirurgia de Crosslinking de córnea (CXL)?
Apesar dos riscos associados ao procedimento de crosslinking serem mínimos, as complicações podem acontecer.
Entre as principais complicações temos:
– Infecção (por isso é prescrito colírios antibióticos após a cirurgia por cerca de 7 a 10 dias);
– Opacidades de córnea (cicatrizes de córnea devido a problemas na cicatrização da mesma). Por isso, são prescritos colírios esteroides por cerca de 2 a 4 semanas com o intuito de evitar essa complicação;
– Sintomas relacionados a superfície ocular por alguns poucos dias. Tais sintomas são: vermelhidão ocular, lacrimejamento, coceira, secreção e inchaço ao redor dos olhos;
Existe tratamento do ceratocone com crosslinking gratuito?
Sim, existe, apesar de ser muito difícil a realização do crosslink de graça. Um dos locais que realizam o procedimento do crosslinking de córnea gratuitamente é o BOS (Banco de Olhos de Sorocaba), na cidade de Sorocaba, no interior de SP.
Porém, para que a pessoa tenha direito a essa cirurgia de graça é necessário que more em Sorocaba. Caso contrário, poderá fazer apenas na modalidade particular.
Existe tratamento com crosslinking pelo SUS?
Sim, existe, e como dito anteriormente, o BOS (Banco de Olhos de Sorocaba) realiza esse procedimento pelo SUS. Porém, é importante ressaltar que o mesmo encontra-se disponível apenas para os pacientes moradores daquela região (Sorocaba).
O plano de saúde cobre o crosslinking?
A partir de janeiro de 2018, o procedimento (cirurgia) de crosslinking entrou no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde vigente que é regido pela RN 338/201.
Por esse motivo, os planos atualmente são obrigados a cobrir a cirurgia de crosslinking de córnea, excluindo-se pacientes com um ou mais dos seguintes critérios:
Idade superior a 35 anos;
Acuidade visual com correção pré-operatória melhor que 20-25;
Espessura corneana menor que 400 micrômetros;
Infecção herpética prévia;
Cicatriz corneana grave ou opacificação corneana;
Infecção concomitante;
Doença de superfície ocular grave;
Doença auto-imune.
O crosslinking dói?
Não, a cirurgia de crosslink não causa dor alguma.
Isso é verdade uma vez que logo antes do procedimento, são instiladas cerca de 3 gotas de colírio anestésico no olho submetido ao procedimento.
O crosslinking funciona?
Sim, com certeza. Estudos recentes comprovam uma estabilização e até mesmo uma regressão parcial do ceratocone e do astigmatismo em praticamente todos os pacientes submetidos ao crosslink de córnea.
O crosslinking pode ser feito durante a gravidez?
Não é recomendado que se faça o crosslink de córnea durante a gestação, por motivos de segurança do bebê e da mãe.
No entanto, como sabemos, o ceratocone possui uma tendência a avançar durante a gravidez. Diante desse fato, toda portadora de ceratocone que esteja planejando engravidar deve se consultar com seu médico especialista em ceratocone com o intuito de avaliar a possibilidade de realização do procedimento antes da gravidez.
Onde fazer o crosslinking no Rio de Janeiro?
Em nosso clínica, possuímos toda expertise, experiência e ambiente cirúrgico de excelência para a realização do crosslink de córnea com a segurança e comodidade que você necessita.
Pode ser feito crosslinking após o LASIK (cirurgia refrativa)?
Sim. Uma das indicações do crosslink de córnea se dá na ectasia corneana pós-cirurgia refrativa (geralmente pós-LASIK).
Logo, para aqueles pacientes que desenvolveram ectasia pós-LASIK, o crosslinking possui uma excelente indicação no intuito de estacionar esse processo de deformidade da córnea.
Há quanto tempo existe o crosslinking no Brasil?
O Crosslink é um método consagrado e já estabelecido no Brasil há aproximadamente 10 anos.
Onde e quando começou o crosslinking de córnea?
Os primeiros estudos do crosslinking surgiram na Europa, mais especificamente em Zurique, na Suíça, através do Dr Theo Seiler, MD, PhD (Zurique, Suíça), que publicou os primeiros resultados em 1998.
É melhor o crosslinking ou o anel de ferrara?
Na verdade não podemos comparar um procedimento com o outro, uma vez que cada um tem uma função diferente, sendo portanto incomparáveis.
O que podemos esclarecer é que tanto o crosslink quanto o anel de Ferrara são procedimentos extremamente eficientes quando realizados corretamente e com indicações precisas.
Qual luz o crosslinking usa?
O tipo de luz utilizada na cirurgia de crosslinking é a luz ultravioleta A com comprimento de onda de 365 nanômetros (LUV-A, 365 nm), após a instilação do colírio de riboflavina (vitamina B12).
É comum ficar com a visão embaçada após o crosslinking?
Nas primeiras semanas após o crosslinking de córnea, é comum um leve embaçamento visual. No entanto, a cada dia que passa, esse embaçamento vai desaparecendo (período em que vai ocorrendo a cicatrização da córnea após a cirurgia).
A tendência é que após passado o período de recuperação do procedimento, a visão fique igual ou levemente melhor do que antes da cirurgia.
Quanto custa a cirurgia de Crosslinking de córnea (CXL)?
Atualmente, com a diminuição do preço da cirurgia de crosslinking, pacientes de qualquer nível de renda podem se beneficiar da operação do crosslink do colágeno de córnea, principalmente com a possibilidade do pagamento parcelado em cartão de crédito.
Outro ponto importante a se considerar é que todo o valor da cirurgia de crosslinking de córnea poderá ser reembolsado através da restituição de sua declaração de imposto de renda.
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